sexta-feira, 8 de julho de 2016

Para envelhecer com qualidade de vida funcional invista em exercícios corretos

É sempre melhor prevenir do que remediar

Entende-se por uma boa qualidade de vida, o indivíduo sentir-se apto para realizar qualquer atividade vida não encontrando limitações para suas tarefas. A relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e envelhecimento é cada vez mais analisada no meio científico. Atualmente, existe um consenso entre os profissionais da área de saúde: a atividade física é um fator determinante no processo de envelhecimento.
O treinamento de força faz parte de um programa global de exercícios físicos, resultando em aumento significativo nos ganhos de força, em benefícios musculares e ósseos. Com isso, o idoso consegue por mais tempo, manter-se apto a desenvolver suas atividades diárias.

Sarcopenia: O processo degenerativo do organismo acentua-se a partir dos 60 anos, trazendo como conseqüências, uma significante diminuição de massa muscular e da força. Dr. Willians Evans, nos anos de 1990, parece ter sido o primeiro a utilizar o termo sarcopenia, se referindo a uma diminuição da massa muscular a medida em que envelhecemos.
Acredita-se que, quando o peso corporal se mantém constante ao longo dos anos, é possível que algum grau de sarcopenia esteja ocorrendo, pois estudos tem evidenciado modificações na composição corporal (aumento da gordura corporal e redução da massa muscular). A força é uma componente importante para atividade diária do idoso. Através dela, o idoso consegue manter por mais tempo, suas capacidades funcionais, não perdendo sua autonomia.

Osteopenia e Osteoporose: O sedentarismo e o envelhecimento promovem, na saúde óssea, um declínio da densidade mineral óssea (DMO - quantidade máxima de tecido ósseo alcançado durante a vida) ou no conteúdo mineral total. A osteoporose, cujo significado é osso poroso, constitui uma doença esquelética sistêmica, caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e sua deterioração, aumentando a fragilidade e susceptibilidade a fraturas.
Representa na atualidade, um dos maiores problemas da saúde pública, sendo uma das principais causas de fraturas em indivíduos da terceira idade e em mulheres pós-menopáusicas, provocando morte prematura, incapacidade física e grandes gastos médicos.

Os Exercícios Físicos tem papel fundamental não só na prevenção, como também no tratamento da osteoporose. Adultos que apresentam um melhor nível de condicionamento físico possuem DMO maior do que sedentários.

Acredita-se que o exercício físico proporciona aumento de DMO, assim como de massa muscular (hipertrofia), a partir de micro lesões "necessárias" provocadas pelo exercício.
A prevenção da osteoporose começa na infancia com uma nutrição adequada e atividade física regular, aumentando assim o pico de DMO e diminuindo a perda óssea.


BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA

Ao longo dos anos, tem-se estudado a respeito dos benefícios do treinamento para o ganho de força, que possui relação direta ao ganho ou manutenção da massa muscular. É importante mantermos a força conforme envelhecemos, porque ela é vital para a saúde. Seu pico está entre 20/30 anos e estabiliza ou diminui durante os 20 anos seguintes. Após 60 anos tanto homens quanto mulheres decrescem em força, sendo nas últimas, pior na ordem de 5% ao ano.
Estudos demonstram que, entre 60/70 anos, a força diminui em 15%, e após, em aproximadamente 30%.

Com o envelhecimento, a perda de força é maior em membros inferiores que superiores, e que, com o treinamento de força, esse ganho é maior em membros inferiores do que em membros superiores. Para comprovar o ganho de força, foram realizados testes em idosos e observou-se que em programas de treinamento de alta e baixa intensidade, houveram ganhos significativos de força. A capacidade para o aumento de força muscular está preservada em idosos. Esses resultados só foram obtidos através de testes em programas de treinamento de força de alta intensidade, por isso, para desenvolver um bom programa de treinamento de força para idosos, deve-se priorizar o individualizado, personalizado, para atender às variações da capacidade funcional do indivíduo respeitando suas condições de saúde.

O treinamento de força deve ser parte de um estilo de vida que desenvolva o condicionamento físico em caráter permanente. É necessário haver uma reavaliação contínua dos objetivos e do planejamento do programa para obter resultados ótimos. "Quando a intensidade do exercício é baixa, somente modestos incrementos na força são alcançados por sujeitos idosos".

É necessário no início do treinamento, usar intensidade mais baixa, mas, que esta seja capaz de promover adaptações no músculo. A escolha de equipamento correta para permitir a manipulação de cargas tão baixas exige muito cuidado. Deve ser incluído no programa pelo menos um exercício para os principais grupamentos musculares, tomando cuidado para que a amplitude correta do movimento possa ser alcançada e o indivíduo possa controlar com segurança a carga.

O fortalecimento muscular em idosos, em particular, destaca -se como uma das principais medidas terapêuticas e preventivas, o que pode levar à independencia e reintrodução do idoso na sociedade. Sendo assim, é fundamental o engajamento do idoso em um programa regular de exercícios físicos que englobe o treinamento de força. e principalmente estimular nossas crianças e adolescentes a praticar mais atividades físicas como uma forma de alcaçar a LONGEVIDADE com mais qualidade de vida.

Rosmeire Paixão - Personal Trainer - Professora de Educação Física CREF11382-G/SP